História do Ypiranga

 

O YPIRANGA DE SÃO JOSÉ DO CEDRO

 

José Lario Zimmer, figura histórica e marcante de São José do Cedro fez-nos um relato sobre o Ypiranga, clube fundado no dia vinte e sete de julho de 1958. Conforme ele, o esporte sempre fez parte de todas as gerações da comunidade de São José do Cedro. Para explicar a importância do glorioso Ypiranga para a comunidade, o pioneiro José Lario Zimmer, é nosso principal informante. Segundo ele, no começono Cedro, o futebol também teria que ser inserido como esporte porque era uma forma que nós tínhamos do conhecimento das formas desportivas. Naquele tempo, futebol de salão não existia ainda no mapa das competições esportivas”.

 

Bem no começo, o que foi fundado foi uma sociedade chamadaSociedade Esportiva Fronteiriça, que tinha a função de outras atividades como realização de bailes, reuniões sociais, esportes, bolão [...] isso porque tinha muita gente ligada no bolão, porque na década de 1950, já tinha duas canchas de bolão” [...]. Zimmer explica que foi fundada a Sociedade Esportiva Fronteiriça  e com esse nome é que foi organizado o primeiro time de futebol. A primeira partida foi realizada no ano de 1954, e o nosso sparring era o Independente de Dionísio Cerqueira, que na época era o melhor time de todo Oeste de Santa Catarina porque eles enxertavam jogadores argentinos de Posadas [...] Eles sempre tinham 3 ou 4 argentinos no time. Por causa destes argentinos, eles ganhavam de Chapecó, ou de qualquer time da região e eles foram nosso sparring para inauguração do campo de futebol aqui.

 

O nome do clube para chegar em Ypiranga Futebol Clube foi mudado anos depois. “A Sociedade Esportiva Fronteirista foi transformada em Ypiranga por influência de alguns moradores que eram naturais de Erechim e eram adeptos ao Ypiranga de Erechim, no Rio Grande do Sul. Desta forma, a Sociedade Esportiva Fronteiriça passou a se chamar Ypiranga Futebol Clube”, pontua o pioneiro.

Zimmer recorda, sem delongas, da primeira partida do novo clube, realizada no ano de 1954:

 

nós perdemos, eu não me engano de 3 a 2 ou 4 a 2 pro  time do Independente de Dionísio Cerqueira e aí nós nos achamos; achamos que já éramos bons de bola porque para o melhor time de toda região a gente perder só dessa contagem era pouco. Naquele tempo se retribuía a partida da volta. Aí nós fomos até Dionísio Cerqueira e lá levamos 6 a 0 ao natural. Quer dizer, viemos com nossas orelhas bem baixinhas, dentro da nossa realidade técnica.

 

Da primeira partida realizada até o título de campeão estadual, em 1982, passaram-se vinte e oito anos. José Lario Zimmer destaca que, para aquela conquista, alguns fatores influíram:

 

 A fundação da Liga Esportiva Oestina, que nós criamos, foi uma iniciativa minha junto a Federação Catarinense de Futebol. O Pedro Lopes era o diretor técnico, Elias Juliari, o presidente [...] Nós fundamos a Liga porque tinha uma Liga em São Miguel do Oeste, mas era totalmente desorganizada. Aí nós resolvemos dar uma ideia de organização, disciplina e seriedade, honestidade para uma nova Liga. E isso foi implantado com Justiça Desportiva, porque naquele tempo era difícil de se arrumar juiz, porque o juiz era agredido pela torcida, pelos atletas. Aí foi feito, dentro da justiça disciplinar desportiva foi decidido que [...] agressão ao juiz a pena mínima era um ano de suspensão. E aí acabou essa história e os juízes deixaram de apanhar ou sofrer violência dentro do campo. Então isso tudo faz parte da organização disciplinar.

 

O pioneiro explica que a Rádio Integração AM teve uma participação muito grande em toda essa organização. A partir daí, formou-se um time com preparador físico, que era Ivanir Alba, formado em Educação Física que se dispôs a dar preparo para os atletas do Ypiranga. A organização, conforme ele, fez com que o time humilde de São José do Cedro tivesse essa projeção estadual. Pra mim, foi uma das coisas mais bonitas dentro do esporte que eu vivenciei até hoje. Essa partida, a final, contra o time de União de Criciúma que era, na verdade um time profissional. Nós ganhamos aqui e nos tornamos campeã  estadual de amadores. Foi uma coisa fantástica o que o Ypiranga conseguiu”      

 

A TRAGETÓRIA DO GLORIOSO NO FAMOSO ANO DE 1982

 

O Ypiranga Futebol Clube é hoje chamado de ‘glorioso’, por seus torcedores em todos os cantos de São José do Cedro. Essa nomenclatura foi idealizada pela equipe de esportes da Rádio Integração AM e virou marca registrada entre os acompanhantes da camisa amarela.

Hoje, Ivanir Alba já não tem mais aqueles cabelos pretos que marcavam as fotos de cada partida. Um senhor de fala mansa que se transformava num homem nervoso durante os jogos do time cedrense. Alba, ex-técnico e preparador físico daquele time Campeão Estadual de Futebol Amador em 1982, é uma das fontes para contar esta história a partir de relatos orais. O trabalho também ouve vários personagens, entre jogadores e torcedores que tem naquele episódio, o título de 1982, um momento importante em suas vidas. Todas estas pessoas participaram ativamente da sociedade de São José do Cedro e doaram parte de suas vidas para o esporte amador.

Cabe ressaltar que mantivemos contato com a Federação Catarinense de Futebol, situada no município de Balneário Camboriú (SC) no mês de abril de 2012,e ficamos sabendo que não há um registro sequer de súmula ou documento que ‘mostre’ o Ypiranga Futebol Clube como campeão catarinense digno do ano de 1982.

A resposta que nos foi dada pela Assessoria de Imprensa da Federação Catarinense de Futebol é que uma enchente no ano de 1984 consumiu todos os documentos que ficavam no subsolo do prédio da Federação. Mesmo com esta negativa não nos furtamos de nosso direito que é tentar resgatar esta história passada. Resta-nos contar, por meio de depoimentos, alguns recortes de realidades bastante diferentes, que foram construídos ao longo destes trinta anos.

Valmor Smaniotto, hoje empresário e comerciante em São José do Cedro, era o camisa 10, o maestro daquela equipe. Ele e seu irmão Volmir, que formavam um meio-campo habilidoso, foram muito lembrados pelos entrevistados desta obra. O jogador detalha o início da campanha que culminou naquele título:

 

o campeonato Regional nós disputamos dez anos seguidos e ficamos dez anos campeões seguidos. Naquela época, tinha que disputar o Regional para participar do Estadual de Amadores. O Campeonato Regional reunia cidades vizinhas como São Miguel do Oeste, Itapiranga e acho que até Pinhalzinho; depois partia para o Estadual que era mata-mata e ia seguindo. Eu sempre comentava com meus colegas, um dia nós tínhamos um jogo em casa e era uma equipe desconhecida, já lá mais para o Meio Oeste do Estado né. E até falei para o Tião, que geralmente o Tião vinha para cá e almoçava na nossa casa, se o Ypiranga no dia tiver  bem, a gente não tem que se preocupar com o adversário, porque quando o Ypiranga estava bem, só jogava futebol, o resultado aparecia com facilidade e isso acontecia naquela época, né.

 

 

Osni Leandro de Souza Filho. Este nome, poucas pessoas no mundo esportivo cedrense conhecem. Agora, se você mencionar o apelido de Osni Leandro, todos terão boas lembranças: Tião. Estas quatro letras resumiam a simplicidade daquele volante, camisa número oito da equipe do Ypiranga no Estadual de Amadores. Era um dos jogadores mais queridos pelos companheiros e pela torcida cedrense na década de 1980. Hoje ele tem sessenta anos de idade e reside em São Miguel do Oeste. Tião diz que o futebol amador na década de 1980 era muito difícil, em todos os sentidos. Conforme ele, no futebol de hoje:

 

qualquer coisinha é falta, não pode dar cartão por isso, ou por aquilo, não pode dar carrinho. O material esportivo é legal, é chuteira boa, bola boa, o campo é bom. Na minha época não tinha iluminação no campo do Ypiranga. Hoje tem. Eu joguei pelo Guarani de São Miguel do Oeste e quando saí, atuei por dez anos no Ypiranga. Naquele tempo, pra jogar, eu ia pro Cedro de ônibus e voltava pra casa também de ônibus, chegando as dez horas da noite. Era tudo estrada de chão, muito difícil, mas, mesmo assim, nunca faltei em nenhum jogo. Eu só tenho a ficar contente em ter tão boas lembranças daquela nossa equipe e todos ainda lembrarem de mim.          

 

De acordo com Rudimar Cesar Winter, 42 anos de idade, funcionário público e torcedor, a equipe cedrense era toda homogênea. Winter pontua que a maioria dos jogadores eram diferenciados, o seja, com qualidades físicas e técnicas acima dos outros atletas amadores da época, e o time, em praticamente todas as posições tinha qualidades únicas.

 

Só pra citar, o passe do Valmor, o chute do Ildo, o posicionamento do Valmor, a função de Pivô/centroavante de ofício do Tumeleiro e a técnica incomparável do Tião ‘assombrava’  os espectadores. O diferencial era o treinamento empregado pelo professor Ivanir Alba, a dedicação e profissionalismo dos atletas, o trabalho e a contribuição dos empresários Cedrenses.

 

            Opinião semelhante ao torcedor Winter, tem o jogador daquela época, Valmor Smaniotto:

 

O que eu tenho prá comentar é que era um time muito bom, que tinha um padrão de jogo, que tinha certos jogadores diferenciados, por isso é que nós chegamos a conquistar o título e chegamos, por quatro ou cinco anos nas cabeças. Sempre havia uma preparação né, mas era a condição física e técnica de certos jogadores que fazia com que o Ypiranga chegasse a esse estágio né, na cabeça do Estadual.

 

Paulo Roseno Silveira, que atua hoje como funcionário da Secretaria de Esportes de São José do Cedro era o massagista da equipe na década de 1980. Ele destaca que na sua visão o time do Ypiranga na época não tinha jogadores que se destacavam. Era um grupo forte e unido, quando o técnico marcava treino não faltava ninguém. Só não treinava quem não estava em condições físicas para treinar. Outro ponto importante era que do grupo de jogadores apenas um tomava bebida alcoólica e nenhum dos atletas fumava” .

            Nelson Pereira Matias, professor de Educação Física, de quarenta e nove anos de idade, atuava como volante e lateral-direito reserva naquela equipe. Matias disse que nunca se incomodou com o banco de reservas porque, segundo ele, “estar no elenco do Ypiranga era uma honra” .

            Ele recorda que o preparo físico e o amor a camisa eram as grandes marcas daquele elenco vitorioso. Matias também enfatiza o comprometimento da comissão técnica, principalmente do técnico quando a equipe tinha jogos fora de São José do Cedro:

 

 

Quando o Ypiranga jogava fora do município que precisava ficar em hotel o técnico Ivanir Alba, ficava de plantão na portaria do hotel para não deixar os jogares irem para a gandaia. Ele controlava bem o jogadores e era respeitado por eles. A grande diferença da equipe era o preparo físico. Quase sempre o Ypiranga vencia seus adversários no segundo tempo da partida, pois tinha um preparo físico excelente. Da equipe que ficou campeã em 1982, nenhum atleta recebia ajuda financeira. Todos jogavam por amor a camisa .

 

            Dos depoimentos colhidos, certamente o de Ivanir Alba, hoje residente no município de Chapecó (SC), é o mais apaixonado. Relatou por diversas vezes o momento que São José do Cedro vivia e a expectativa que fora criada com a retomada do glorioso Ypiranga. Alba disse que todos os seus jogadores eram homens de caráter comprometidos com a camisa amarela que vestiam e as cores que representavam São José do Cedro. Alba relembra:

 

Nós tínhamos 22 atletas, todos eram bons [...] se eu dissesse que alguém tivesse algum defeito, ou que não tivesse cumprido com o dever, eu estaria falhando. É aquilo que hoje, dificilmente se conseguiria retornar entre as quatro linhas do futebol. Quem arcava com os custos da equipe era a comunidade, empresários. Na verdade, nosso trabalho era voluntário. Todos, jogadores, comissão técnica, trabalhavam oito horas por dia, saíam do trabalho e nós nunca tínhamos um amistoso ou um coletivo antes do jogo oficial que acontecia sempre aos domingos. Era trabalhada apenas a parte física dos atletas .

 

Questionado sobre o seu elenco, o ex-técnico emociona-se:

 

Eu vou tentar lembrar aqui, e se eu falhar, peço escusas pela memória. Mas, meu time do Ypiranga era composto pelo Ivanir Balbinot, popular “Barbeta”, Adroaldo Paulo Hantt, o popular “Esquinato”, eram os dois goleiros; Ferrari, que já nos deixou, seu Agenor, Milico, o Casanova, de Guaraciaba; o Gilberto, que era funcionário na oportunidade do Banco do Brasil; Jorjão, que após eu sair de São José do Cedro, ele passou a residir, se não me falha a memória em Linha Bonita, São Miguel do Oeste; Alécio Kuhn, que inclusive teve passagem pelo Avaí, um jogador bola cheia, como outros do elenco; tivemos também Carlinhos da Cruz, que deve estar em São José do Cedro; Volmir Smaniotto, Nadir Gueller, o Ghelin; Osni Leandro de Souza, o popular Tião; Sérgio Tumelero, In Memoriam; Valmor Smaniotto, que só não esteve numa seleção brasileira por questões de família e de trabalho; Ildo Junges, Nelson Matias, José Piloni, Ademir Linck, Geraldo Maldaner, Gilmar Pontin e o irmão dele [...]; tivemos também um jogador de Linha Santo Isidoro, que no momento não me vem o nome; o Luizinho de Guarujá do Sul; tinha o Balsan de São Pedro Tobias [...] então nós tivemos no Ypiranga de 1982 um elenco excelente.

 

            Pode-se dizer que dos vários depoimentos, a grande maioria destacou o comprometimento, a força de vontade, a humildade, o caráter, o preparo físico e o companheirismo, como fatores preponderantes para a glória do Ypiranga no campeonato Estadual de Amadores. A final foi um momento de grande emoção e decisão para a comunidade cedrense e Regional. 

 

  LEMBRANÇAS DAS DECISÕES

 

Percebe-se que o ex-técnico do Ypiranga, campeão estadual de 1982, tem um brilho especial no olhar ao falar de sua ‘cria’, mesmo passados trinta anos. Curiosamente, um dos principais responsáveis pela conquista, não se lembra da data exata da conquista. Nem do mês, nem do dia. Alba desconversa dizendo que sua memória pode o trair. Explica que o título foi conquistado frente ao União Esporte Clube no final de 1982, nos meses de outubro ou novembro.

Cabe salientar que nenhum de nossos entrevistados soube precisar o dia e o mês daquela conquista. Nelson Pereira Matias chegou a afirmar que a conquista ocorreu no mês de março. Alba, por sua vez, pontuou que o caneco veio, definitivamente no final do ano. Esta dúvida não pode ser dirimida por esta pesquisa, uma vez que nenhuma súmula ou registro documental nos foi remetido pela Federação Catarinense de Futebol por alegar, como dissemos, o acontecimento de uma enchente no ano de 1984.

            O ex-técnico do glorioso Ypiranga, Ivanir Alba, explica que o time era especial por uma série de fatores. Citou por diversas vezes as palavras ‘amor a camisa’ e ‘comprometimento’ para explicar o sentimento que os 22 atletas tinham para com a camisa amarelinha.

 

Noventa e nove por cento dos nossos atletas não recebiam nenhum centavo para participar dos treinos e dos jogos. A única exceção era o volante, o camisa 8, Tião, que vinha de São Miguel do Oeste. Os custos do atleta, passagens de ônibus, já que era estrada de chão batido, e as chuteiras eram o custo de Tião para os cofres do Ypiranga F.C. na conquista do título estadual de 1982. Era um jogador muito importante para a equipe.

 

Outro aspecto elencado pelo ex-técnico foi o preparo físico dos atletas. Alba não deixou claro que o preparo era o grande diferencial daquela equipe, mas comentou que várias vezes os adversários, por jogarem no futebol amador, decaíam de produção a partir dos 25 minutos do segundo tempo das partidas. A mesma opinião, sobre o preparo físico, tinha Paulo Roseno Silveira, então massagista no ano da conquista. De acordo com ele,a maioria dos jogos, o Ypiranga fazia gols a partir dos vinte e cinco minutos do segundo tempo, quando os adversários decaíam fisicamente e os nossos jogadores ainda tinham muito gás” .

Ivanir Alba destacou que o time era muito técnico, com jogadores que hoje poderiam atuar tranquilamente em qualquer equipe de futebol profissional do Brasil. Citou, entre eles, Valmor, Volmir, Alécio, Ghelin e o saudoso Sérgio Tumeleiro, como grandes nomes da equipe campeã estadual de 1982.

            Nelson Pereira Matias pontuou que os jogos mais marcantes daquele ano, certamente foram a vitória sobre o Cometa de Itapiranga, um time forte, num jogo que ocorreu num campo neutro, em São Miguel do Oeste. Citou ainda o empate em um a um lá no município de Criciúma, no primeiro jogo da decisão contra o União e a vitória que trouxe o caneco, em casa para o glorioso. De acordo com ele, a maior dificuldade na época eram as longas distâncias para poder jogar contra as equipes do litoral e a falta de recurso financeiro que eram muito poucos. Mas todos os jogadores só queriam representar bem nossa cidade” .

            Osni Leandro de Souza, o Tião, demonstra um certo romantismo ao falar do Ypiranga daquele ano:

 

Eu queria não ter a idade que tenho. Eu queria poder ainda jogar, todo domingo com a camisa do Ypiranga. Na década de 1980, quando a gente jogava, a torcida ia pro estádio e incentivava mesmo a nossa equipe. Eu lembro de todos os detalhes daquela disputa, mas a final foi marcante. Nós jogamos em Criciúma, a decisão contra o time do União, e empatamos pelo placar de um a um. Aqui no Cedro, nós teríamos que ganhar o jogo. No ano anterior, eles ganharam da gente aqui e ganharam lá também. Mas o jogo foi legal, o campo estava lotado. Eu lembro até do lance do gol.

 

            Valmor Smaniotto lembra um aspecto importante sobre o confronto entre Ypiranga e União, da cidade de Criciúma. Conforme ele:

 

Contra Criciúma nós disputamos vários anos [...] em 1981 jogamos a primeira partida aqui e a segunda lá e infelizmente perdemos. Em 1983, da mesma forma, a decisão foi lá e jogar em Criciúma não era fácil porque a arbitragem sempre pendia bastante pro lado deles né. O Cedro, naquela época, nos anos 80, era considerada uma cidade praticamente desconhecida do mapa de Santa Catarina. Então a arbitragem sempre pendia pro  lado dos times de cidades maiores. Eu quero dizer para todos que um dia vestirem a camisa do Ypiranga, que joguem com vontade, com raça e que o resultado venha da melhor maneira possível, jogando futebol .

 

            Todas as emoções das duas partidas, em Criciúma e em São José do Cedro foram contadas pela Rádio Integração AM, a única emissora em atividade no município naquela época. Os programas esportivos que iam ao ar no meio-dia e no final da tarde, eram transmitidos, algumas vezes, do estádio da Baixada, durante treinamento dos jogadores e da comissão técnica. Apesar do amadorismo, o futebol na década de 1980 era levado a sério, com cobranças por resultados, já que o time constantemente chegava em decisões.

            O time tinha muitas qualidades, já elencadas por este trabalho. Quem soube apontar uma falha daquela equipe foi o ex-goleiro, Ivanir Balbinot, conhecido carinhosamente por todos como Barba ou Barbeta. Barba e Adroaldo Paulo Hantt revezavam-se no gol do Ypiranga, nos jogos e no decorrer do campeonato. A qualidade técnica de ambos era parecida. Conforme Ivanir Balbinott, a zaga do Ypiranga na década de 1980 era de estatura baixa:

 

“a zaga era composta pelo Milico e pelo Gordo Casanova, de Guaraciaba. Mesmo não sendo altos, os dois se acertavam. O Paulo era mais goleiro que eu. Ele era mais alto, mas eu tinha boa impulsão nos cruzamentos. O Paulo muitas vezes falhava na saída do gol. Era uma grande equipe, bem armada e que tinha bom condicionamento físico”.

 

O então presidente da Federação Catarinense de Futebol, renomado locutor Pedro Lopes, esteve em São José do Cedro para acompanhar a decisão, o jogo da volta. Por intermédio da direção da Rádio Integração AM, do seu então diretor, João Alencar Dipp, Pedro Lopes narrou todo segundo tempo daquela partida decisiva. O primeiro tempo foi narrado por Edu Telles Vargas. Também participou daquela jornada, o comentarista José Lario Zimmer. O lance do gol é assunto do próximo capítulo.

O GOL  IMORTALIZADO POR SÉRGIO TUMELERO

 

Adroaldo Paulo Hantt, emociona-se ao lembrar que teve a honra de ser o goleiro nos dois jogos decisivos contra o time do União. De acordo com ele,

 

o jogo contra o União de Criciúma foi muito difícil. A equipe adversária tinha jogadores de talento profissional e a equipe cedrense enfrentou os adversários mordidos porque já havia sido derrotada pelos criciumenses em outras oportunidades. O título foi, segundo ele, a consagração de um time, de uma comunidade e de toda torcida.

 

            Paulo Roseno Silveira, destaca que o gol do Ypiranga ocorreu aos 30 minutos do segundo tempo. Conforme ele, Osni Leandro de Souza Filho, o Tião, lançou a bola para o Sérgio Tumelero que aproveitou para fazer o gol do título.

            O próprio Tião, envolvido diretamente no lance, nos conta como foi:

 

Eu corri pelo lado direito do campo, o Alécio jogou a bola nas costas do quarto zagueiro do União. Eu entrei pelo lado direito e chutei. O goleiro deles rebateu e o Sérgio entrou e fez o gol do título. Sérgio Tumelero, uma grande pessoa, e a gente lamenta até hoje né  que um cara novo como ele tenha já falecido. Ele foi embora antes e deixou muita saudade, assim como deixou o Valdir e o Ferrari que infelizmente faleceram.

 

Alécio Kuhn, então lateral-esquerdo daquele time, e em campo na oportunidade, resume a final e o lance do gol da seguinte forma:a final foi emocionante. O estádio estava lotado. Diversas autoridades estavam presentes. Narrador famoso. Foi uma jogada pela linha, gol do falecido Sérgio Tumeleiro. Só alegria” .

Nelson Pereira Matias contaque o gol nasceu numa boa triangulação do meio-campo do time. Numa jogada executada pelo Valmor e Tião, num lançamento longo para Sérgio Tumelero entrar na área e desviar do goleiro do União de Criciúma [...] foi um gol sensacional o gol do nosso título” .

            A equipe esportiva da Rádio Integração AM estava, com seus microfones prontos para contar o lance, que ainda hoje, trinta anos depois, emociona os envolvidos na disputa. Pedro Lopes, então presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF) e uma estrela naquela tarde no estádio da baixada, assim narrou o famoso gol:

 

“...lançou a bola reboteada, outra vez para Ghelin. Ghelin domina pela metade da cancha, rompe a fronteira, grande bola pro Tião, pode sair o gol, de pé direito ele bateu cruzado, defendeu o goleiro, voltou pra Sérgio, pelo comando, atenção Sérgio atira ... GOOOOOOOOOOOOLLLLLLLL do Ypiranga! Sérgio, depois de um grande lançamento de Tião. Recebendo pela meia direita, entrou na área, atirou cruzado, o goleiro pré-defendeu e largou, veio no rebote, na confusão, Sérgio, de perna direita, brilhando a nove em suas costas, empurrando para o fundo das malhas, abrindo a contagem. Quando eram decorridos trinta e três minutos de jogo do período complementar. Um para o time do Ypiranga, zero para a representação do União...” (LOPES, Pedro, 1982).

Percebe-se que o passar do tempo pode ter alterado algumas recordações dos entrevistados para este trabalho. Afinal, trinta anos se passaram desde aquela tarde ensolarada da decisão. Alguns não lembram de muitos detalhes. Outros, porém, recordam-se, da sua maneira dos fatos. O gol, acima narrado por Pedro Lopes, deu um título que nunca São José do Cedro, município com vinte e quatro anos de emancipação político administrativa, havia conquistado. José Lario Zimmer ressalta que:

 

 

A conquista do time mexeu com São José do Cedro. Foi uma vitória que fez a auto-estima dentro do esporte crescer de uma forma fantástica. O time todo era muito compacto. A organização da meia cancha do Ypiranga era muito boa, com Tião, Valmor e Volmir, como tripé. Mas tem um outro detalhe: os atletas eram todos daqui, menos o Tião, que foi um atleta exemplar. Ele vinha treinar durante a semana. O Ypiranga tinha preparo físico, censo de responsabilidade e tinha então essas condições que um time precisa ter para se preparar, para jogar, para treinar e para executar aquilo que ele planeja fazer.

 

            O gol foi marcado por Sérgio Luiz Tumelero, que dez entre dez entrevistados, o adjetivam-no como saudoso. 

 

O SAUDOSO SÉRGIO TUMELERO

 

            “Sérgio foi o maior centroavante que o esporte amador já teve em todos os tempos”. A frase de Nelson Pereira Matias, hoje com 49 anos de idade, ex-lateral direito e ex-centro médio do Ypiranga de 1982, resume o sentimento da maioria dos entrevistados quando fala de Sérgio Tumelero. Dez entre dez dos entrevistados ao falarem do Ypiranga F.C. citaram o nome deste personagem que tornou-se lendário naquela conquista. Pelo que se pode notar o centroavante, canhoto, era uma unanimidade entre os jogadores, comissão técnica, torcida e a comunidade de São José do Cedro. Tumelero faleceu no ano de 2004 e ainda deixa saudades em todos que se recordam do ‘homem da camisa nove do Ypiranga’.

            Conforme informações repassadas pela viúva do ex-jogador do Ypiranga, Ivanir Smaniotto, Sérgio Luiz Tumelero nasceu no dia quatro de janeiro de mil novecentos e cinquenta e oito, em Erechim (RS). Filho de Victor Tumelero e Wilma Tumelero. Mudou-se para São José do Cedro no mês de outubro de 1977 e quando chegou ao município ele já era noivo de Ivanir. O primeiro clube que o centroavante defendeu no novo município foi o Esporte Clube São Domingos, também lendário clube da comunidade de São Domingos.

Tumelero casou-se no dia onze de fevereiro de mil novecentos e setenta e oito. Seu primeiro filho, Rodrigo, nasceu no dia 16 de dezembro de 1978. Sua filha do meio, Rafaela, nasceu no dia 17 de setembro de 1984. O filho caçula, Ricardo, nasceu no dia 10 de fevereiro de 1986. No Esporte Clube São Domingos, sagrou-se campeão municipal e logo chamou a atenção dos dirigentes do Ypiranga, que acertaram sua vinda para o glorioso. O centroavante atuou com a camisa amarela até o ano de 1991, mesmo tendo se mudado para o município paranaense de Dois Vizinhos.

Na década de 1990, o centroavante teve um problema grave no coração conforme relata sua esposa Ivanir: “em 1991 o Sérgio teve o primeiro infarto. Eu só lembro dele passando mal fora do campo num dia de hoje. Ele foi proibido pelos médicos de jogar futebol. Demorou quatro anos pros [sic] médicos liberarem ele para jogar de novo e, somente podia jogar brincadeira. O filho de Sérgio, Rodrigo Tumelero, hoje com trinta e dois anos de idade lembra das conversas que tinha com seu pai e que geralmente culminavam com lembranças do Ypiranga Futebol Clube:

 

“sempre em conversas sobre futebol, terminávamos falando de um time muito simples e humilde do interior de Santa Catarina, melhor dizendo numa pequena cidade chamada São Jose do Cedro. O Ypiranga que em seus anos de gloria apaixonou e eternizou muitos, por suas conquistas. Um grupo de bons jogadores, disciplinados e [sic] acima de tudo companheiros e amigos marcaram essa época. Entre eles do qual me dirijo com orgulho e felicidade chamado Sergio Luiz Tumelero, artilheiro na conquista do título Estadual e acima de tudo um vencedor, no esporte e na vida. Meu pai se exaltava ao falar desse Ypiranga. Recordando das viagens, dos esforços de todos e principalmente dos amigos do qual compartilhava o campo de jogo, histórias sempre boas de se escutar e motivantes pela maneira que foram conquistadas.

 

            O pioneiro de São José do Cedro, que acompanhou praticamente todos os jogos do Ypiranga na década de 1980, José Lario Zimmer disse que Tumelero era um jogador completo. Ele tinha preparo físico, tinha força e também tinha técnica. Batia com os dois pés, cabeceava muito bem. Era um centroavante que hoje, analisando, ele poderia jogar em qualquer time profissional do Brasil” .

            Além da vida de jogador amador de futebol, Tumelero, que era servidor do Banco Bradesco na década de 1980, conciliava sua vida profissional com a vida familiar. Ele criou seus três filhos, conforme conta Rafaela, com muito amor:o pai era o pilar da família, uma pessoa de caráter forte. Muitas pessoas tinham medo dele pela cara fechada e séria. Mas sempre foi uma pessoa de boa índole, um pai maravilhoso. Ele viveu a vida para a família e para o esporte”.

            Um homem de muitos gols, que tinha grande carisma com os companheiros e torcedores e que pregava o respeito como um dos grandes valores de sua vida. Sérgio Tumelero faleceu no dia oito de junho de dois mil e quatro, no município de Dois Vizinhos (PR). O atleta morreu fazendo uma das coisas que mais gostava: jogando bola.

            Ele atuava no campeonato municipal de Futsal de Dois Vizinhos, pela equipe do Faraó Materiais de Construção. Em determinado momento da partida, sentiu-se mal e caiu na quadra do ginásio de esportes. O artilheiro sofrera três paradas cardíacas fulminantes. Foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas chegou sem vida ao hospital. Falecera ali de uma das figuras mais importantes da história do Ypiranga Futebol Clube nestes mais de cinquenta anos.

O município de São José do Cedro todo emocionou-se na época. Caravanas de amigos, ex-companheiros de clubes e torcedores deslocaram-se pelos mais de duzentos quilômetros que separam as duas cidades para acompanharem os atos fúnebres do artilheiro. A Rádio Integração AM, também fez programações esportivas relacionadas ao nome Sérgio Tumelero tendo obtido repercussão.

Conforme informações da família, no ano de dois mil e cinco, um ano depois da morte do ex-jogador do Ypiranga, a competição em que ele faleceu atuando, recebeu o nome de Sérgio Luiz Tumelero. Alguns anos depois, o município de Dois Vizinhos também teve uma rua com o nome de Sérgio Luiz Tumelero.

É evidente o carinho que todos tinham pela figura do artilheiro, pela sua conduta de vida, pela amizade e companheirismo que tratava a todos, desde comissão técnica, roupeiros, torcedores e jogadores. 

Sérgio Luiz Tumelero, pelo gol anotado aos trinta e três minutos do segundo tempo, contra a equipe do União de Criciúma, que deu o único título de campeão estadual de futebol amador que São José do Cedro tem até hoje, é considerado por muitos um mito ou um herói. 

As partidas disputadas pelo Ypiranga Futebol Clube na década de 1980, hoje fazem parte da memória dos torcedores mais velhos de São José do Cedro. Para os que não tiveram a oportunidade de acompanhar, pois não eram nascidos, basta ficar na imaginação das lembranças contadas por aqueles que realmente viram as vitórias e as conquistas.

 OBS: Toda esta pesquisa histórica(fotos e os fatos relatados) sobre o ypiranga,foi feita pelo jornalista Lucas Maraschim Matias da Radio Integração AM.

     

Foto do time do Ypiranga da década de 1950, então conhecido como Sociedade Esportiva Fronteiriça.

Elenco – (Em pé) – Irineu, Milton, Valmor, Lario, Carlos, Joaquim, Becker e Foppa. (Agachados) – Fumagali, Fumagali Segundo, Fuga, Smaniotto e José.

 

 

 

  

Foto do time do Ypiranga, campeão Regional no ano de 1982, título que antecedeu a conquista do Estadual de Amadores.

 

 

 

Foto do time do Ypiranga, campeão Regional no ano de 1982, com a equipe do Flor da Serra, campeão Regional do Paraná, no amistoso que marcou a entrega das Faixas.

 

 

Em pé: Jaime Capra, Ivanir Alba, Ivanir Antônio Balbinot, Agenor Lunardi, Nadir Gheller, João Carlos Vicente da Cruz, Nestor João Ferrari, Alécio Khun, Adroaldo Paulo Hantt, Nelson Pereira Matias, Luiz Boldrin, Jacir Maziero, Paulo Roseno Silveira, Agachados: Sérgio Tumelero, Walmor Silvestre Smaniotto, Celso Tumelero, Ildo Inácio Junges, José Piloni, Osni Leandro de Souza Filho, Gilmar Balbinot e Volmir Smaniotto.

 

 

Foto da partida Ypiranga e União de Criciúma, disputado no estádio da Baixada, em São José do Cedro, que foi vencido pela equipe cedrense pelo placar de 1 a 0.

 

 

 

ESTADUAL DE AMADORES - FASE OESTE 2006

  Na foto Marcio Carioca invade a área e é cercado pelos jogadores do Guarani.

  No jogo estava em disputa o titulo da fase oeste do estadual de amadores,entre Guarani e Ypiranga,o Guarani havia vencido o jogo de ida em SMO pelo placar de 1 a 0 e jogava pelo empate,o Ypiranga jogou melhor e venceu no tempo normal por 3 a 2,os gols do Ypiranga Eloi,Marcio Carioca e Joel contra,gols do guarani Fernando e Luizinho.A vitoria do Ypiranga no tempo normal levou a decisão para a prorrogação que acabou empatada,o titulo seria decidido a favor do Guarani nos penaltis pelo placar de 4 a 2.

PENALTIS: Ypiranga; Marcaram: Marcão, Leandrinho e Marion. Desperdiçaram: Elói e Odir Schwartz.  Guarani; Luizinho, Nenê, Engel e Joel.

 O Ypiranga jogou com o seguinte time:Silvoney, Marcelinho (Gilmarzinho), Marcão, Buiú e Anchieta (Mulinari); Zé Roberto, Eliberto (Marión), Leandrinho e Márcio Carioca (Schwartz); Zanin (Biro-Biro) e Elói. Téc: Alberto Balbinot

 Guarani:Rudimar,Tiago Scalon, Rôni e Mazzuti; Jair Müller (Tarcísio), Engel, Zancanaro (Nenê), Fernando (Paulinho), Cachopa (Diva) e Pelissari (Joel); Luizinho. Téc.: Ênio Sarturi.

   FASE ESTADUAL - 2006 

 Com o vice campeonato o Ypiranga se classificou para a fase estadual,e depois de eliminar o El Dorado de Palhoça na semifinal,enfrentaria mais uma vez o Guarani de SMO.

  No primeiro confronto no Cedro o Ypiranga perdeu por 2 a 1,no jogo da volta empate em 1 a 1,gols de Luizinho(gua) e Leandrinho(Ypi),o empate mais uma vez deu o titulo pros migueloestinos.

  No jogo da volta o Ypiranga jogou com: Silvoney; Marcão (Anchieta), Buiú e Mulinari; Elói (Odir Schwartz), Zé Roberto, Eliberto (Gringo), Márcio Carioca (Marcelinho) e Leandrinho; Zanin (Marcelo Abelardo) e Maravilha. Téc.: Alberto Balbinot 

  O Guarani:  Rudimar, Nenê, Scalon, Rôni e Mazzuti; Portela, Zancanaro (Pão), Fernando (Aty) e Carlesso (Paulinho); Luizinho e Marcelo (Enéas). Téc.:  Ênio Sarturi.

 

 

 

ESTADUAL DE AMADORES - FASE OESTE 2007

   Na foto,o zagueiro Buiu disputando a bola com jogador do Concórdia AC,em Concórdia,essa foi a partida de ida no campeonato estadual de amadores 2007-fase oeste,na ocasião o Ypiranga venceu de virada por 2 a 1,com dois gols de Leandrinho,Teylor anotou para o Concórdia AC. 

   O ypiranga foi a campo com a seguinte formação: Rudi; Mulinari, Marcão, Buiu, Marcelinho; (Toni e Natan); Fabiano, Eliberto(Eyder), Eloi, Zé Roberto(Gringo); Leandrinho e Marcio Carioca(Baiano). Técnico: Clari Periá

   No jogo da volta,aqui no Cedro,a partida terminou empatada em 1 a 1,gols de Elói pro Ypiranga e Negão pro Concórdia AC,com o empate o Ypiranga garantiu  a classificação para as semifinais daquele ano,onde acabaria eliminado pelo Oeste FC de Chapecó.

 

 

  ESTADUAL DE AMADORES - FASE OESTE 2012

 

Ypiranga Futebol Clube, elenco de 2012. Em pé – Inácio (massagista), Benett, Luiz Hernesto, Zangalli, Ivo, Alemão, Rudi, Beltrão, Ivanir Balbinot (Barba – técnico) e José Simoni (presidente). Agachados – Aldair, Joel, Maurinho, Aderson, Carlão, Marcelinho, Pandolfo, Eider, Leandrinho, Maurício e Tuto.

  O Ypiranga iniciou o campeonato desacreditado,com a maior parte do elenco formado por atletas locais,e mais o acréscimo importante de jogadores de Francisco Beltrão,o time foi ganhando corpo e confiança com o passar dos jogos.

   A trajetória do ypiranga,em números,até o titulo:

  Primeira fase:
  TURNO-ypiranga 0 x 0 guarani; canarinho 0 x 0 ypiranga; ajap 1 x 0 ypiranga; ypiranga 5 x 2 CRM (gols de Beltrão 3,Tuto e Leandrinho); cometa 2 x 3 ypiranga (gols de Seco,Luiz Ernesto e Tuto); 
  RETURNO-guarani 0 x 0 ypiranga; ypiranga 1 x 0 canarinho(gol do Mauricio); ypiranga 1 x 1 ajap(gol do Alemão); CRM 0 x 1 ypiranga(gol do Beltrão); ypiranga 2 x 1 cometa(gols do Maurinho);
 Segunda fase:
   OITAVAS- horizonte 1 x 3 ypiranga(gols de Beltrão 2 e Mauricio); ypiranga 2 x 0 horizonte(gols de Eyder e Carlão); 
   QUARTAS- atletico camponovense 0 x 3 ypiranga(gols de Leandrinho,Tuto e Zangali);ypiranga 3 x 1 atletico camponovense (gols de Beltrão,2 e Alemão);  
  SEMIFINAIS-Olaria 2 x 2 ypiranga (gols de Beltrão e Tuto); Ypiranga 2 x 1 Olaria (dois gols de Beltrão);
  FINAL- Ypiranga 1 x 0 Cometa (gol do Zanin); Cometa 2 x 3 Ypiranga ( gols de Beltrão,Alemão e Carlão);
  Os números: 
  Foram 18 jogos:12 vitorias,5 empates e apenas 1 derrota;
  32 gols marcados e 14 sofridos;
  Artilheiros:Beltrão (12 gols), Tuto (4 gols), Alemão (3 gols), Leandrinho,Carlão,Mauricio e Maurinho (2 gols),,Zanin,Eyder,Luis Ernesto,Zangali e Seco (1 gol);  

beltrão:artilheiro do campeonato com 12 gols,
e Zé Simone:presidente do Ypiranga futebol clube

  

 

A GRANDE FINAL


Com o Estádio da Montanha, em Itapiranga, totalmente lotado, o domingo de calor e sol forte era o cenário perfeito para uma decisão de gigantes do amadorismo catarinense. E com apenas 30 segundos de partida, quase se repete a história do jogo de ida, quando o Ypiranga vencera por um a zero, em São José do Cedro. Outra vez Engel falhou, recuou bola apertada e Pedro Paulo teve que salvar.

O time da casa havia chutado apenas uma vez a gol, e o Ypiranga era melhor no jogo. Mas aos 30 minutos, Jean recebeu atrás da linha de volantes cedrense, avançou pela direita e bateu de canhota da entrada da área. A bola rasteira venceu o goleiro Rudimar e a fanática torcida do Cometa explodiu na Montanha: um a zero para o Leão.

Os visitantes abalaram-se com o gol. Com espaços para o contra-ataque, o Cometa saiu atrás do segundo gol, que lhe daria mais um título. Acuado, o Ypiranga não suportou a pressão. Aos 39, Jean bateu escanteio, o goleiro Rudimar e a zaga atrapalharam-se, e a bola sobrou para Geovan, que bateu contra a defesa. Mas no segundo rebote, Jair Müller bateu colocado e fez o segundo gol do time itapiranguense. 

Parecia uma questão de tempo para o Cometa ampliar e garantir as faixas. Mas justo quando não estava bem em campo, o Ypiranga buscou o seu gol. Maurinho avançou aos trancos e barrancos pelo lado esquerdo, a bola sobrou dentro da área, Pedro Paulo não agarrou, e no rebote o artilheiro Beltrão mandou para o gol vazio, aos 44 minutos de jogo. Foi o décimo segundo gol do artilheiro da competição, fazendo 2 a 1, resultado que levaria a decisão para os pênaltis.

Segundo Tempo
A tensão que marcaria o retorno para o segundo tempo confirmou-se logo. Com apenas um minuto de partida, Beltrão escorou de dentro da área para Maurinho, que dividiu e recuou para Alemão. O volante acertou um petardo de perna esquerda na gaveta de Pedro Paulo e empatou o jogo. A torcida do Ypiranga, que lotou o seu espaço na Montanha, foi ao delírio. 

O Cometa partiu para o abafa, pois o empate dava o título ao Ypiranga. Sandro acertou a trave aos 14, e Geovan teve a grande chance após escanteio aos 29. No entanto, o chute à queima-roupa parou em grande defesa de Rudimar. Na sequência, Carlão foi para o jogo no Ypiranga. E aos 35 minutos, falta em cima de Leandrinho, na meia direita. Carlão bateu de perna esquerda, no ângulo de Pedro Paulo, que ainda tocou na bola, mas não evitou o gol. Sensacional virada do time de São José do Cedro: 3 a 2 no placar.

A torcida calou-se e o time do Cometa sentiu o baque dentro de campo. Só voltou a finalizar aos 44, quando Ivonei bateu à direita do gol. Não havia mais tempo para reação. O torcedor cedrense, há trinta anos com o grito de campeão entalado, entrou no campo da Montanha para comemorar com seus jogadores. Ypiranga, Campeão Estadual de Futebol Amador – Fase Oeste 2012.



Ficha técnica: Cometa 2x3 Ypiranga


Local: Montanha, em Itapiranga (SC).
Data: 12/08/2012 (domingo).
Horário: 15h (de Brasília).
Arbitragem: João Fernando da Silva (SC), auxiliado por Clair Daper (SC) e Clóvis Gugel (SC).
Cartões Amarelos: Engel, Jean(Cometa), Alemão, Maurício e Leandrinho (Ypiranga).
Gols: Jean, aos 30/1T, Jair Müller, aos 39/1T (Cometa) e Beltrão, aos 44/1T (Ypiranga). Alemão, a 01/2T e Carlão, aos 30/2T (Ypiranga).

Cometa
Pedro Paulo; Tarcísio (Boca), Alexandre Gaúcho, Engel e Jorginho (Sandro); Edson Negão (Marcelo), Ivonei, Jean e Jair Müller; Lírio e Geovan.
Técnico: Valentim Lauschner.

Ypiranga
Rudimar; Joel, Zangalli, Benetti (Diego Lazari) e Ivo; Alemão, Pandolgo, Maurício e Leandrinho; Maurinho (Carlão) e Beltrão (Zanin).
Técnico: Ivanir Barba Balbinot. 

 

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